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quinta-feira, 3 de abril de 2008

Conectados com o Mundo

Nas primeiras aulas do bimestre na disciplina de Geografia discutimos a importância de estarmos conectados com o mundo e o meio técnico-científico informacional, discutimos as questões de utilização e democratização da Internet para os trabalhos de aula e concluímos que não há como estarmos desconectados para construirmos os conhecimentos e sabedoria. Procuramos embasamentos teóricos em Milton Santos em textos relacionados à educação como forma de comunicação e conexão com o nosso meio. A partir destas conclusões de sala de aula, incito os alunos a opinarem sobre a utilização dos computadores para uma análise de imagem de satélite e descrevo abaixo o processo de conhecimento pelo ato de conhecer.

Meio técnico-científico-operacional
“A globalização leva a afirmação de um novo meio geográfico cuja produção é deliberada e que é tanto mais produtivo quanto maior for o seu conteúdo em ciência, tecnologia e informação. Esse meio técnico- científico-informacional dá-se em muitos lugares de forma extensa e contínua( Europa,Estados Unidos, Japão, parte da América Latina), enquanto em outros (África,Ásia,parte da América Latina) apenas pode se manifestar como manchas ou pontos. Cria-se deste modo, uma oposição entre espaços adaptados às exigências das ações econômicas, políticas, e culturais, características da globalização, e outras áreas não dotadas dessas virtualidades, formando o que, imaginativamente, podemos chamar de espaços luminosos e espaços opacos.”
Milton Santos


Educar para a comunicação
É preciso compreender que num tempo saturado pela informação, em grande velocidade, passa a ser vital nos educarmos todos para aprender a enfrentar essa nova realidade. Isso significa mais diálogo entre as gerações, especialmente para garantir que a reflexão possa colaborar para fazer o melhor uso da informação. A pirâmide de processamento da informação, apresentada a seguir, demonstra a diferença entre dados, informação, conhecimento e sabedoria, que alguns também chamam de inteligência. Somente destacamos que o conhecimento deve se associar aos valores éticos para que possa realmente significar avanço para a humanidade, o que implica em mais qualidade e quantidade de reflexão.

Diante de complexidade do assunto, é preciso lembrar que a internet até o momento apresenta duas características das mais interessantes: liberdade de comunicação entre pessoas com possibilidade de se conectar e ampliação do acesso a fontes diferenciadas de informação. Isso permite quebrar algumas tentativas do “monopólio da verdade” , que se usam os meios de comunicação de massas como seus canais de disseminação de mentiras e meias-verdades.


É possível conhecer?
Para redigir sobre as teorias do conhecimento dentro de uma proposta da educação biocêntrica é preciso nos reportar primeiramente a Paulo Freire quando nos diz que “o ato de refletir é libertador”. Refletir é um dos primeiros passos para instrumentalizar o ser humano do é vital: seu pensar. É através do processo de ensinar a pensar que passamos da vida para a existência. O ser humano reinventa a vida, a natureza, e para tanto, é preciso que não estejamos muito certos das nossas certezas, a partir das incertezas é que nos tornamos certos. A paixão de conhecer, de saber, de perguntar e de ensinar está diretamente à paixão pela liberdade.

Pressupõe-se que todo o ser humano conhece, é capaz de formar uma idéia, conceito ou imagem de algo ou do objeto, têm a noção; têm a capacidade de saber como alguém, um animal, um grupo vive ou se comporta, seu sentimento, entrar em contato com alguém, ou já ter ido a algum lugar, saber sua localização, suas particularidades, saber da existência de alguém e ter uma justa idéia de si próprio (“conhecer-te a ti mesmo”. Sócrates). Traz algo do objeto, mas não opera com ele, só acontece em cada ser humano e não no outro, é impessoal. Todos objetos no mundo têm umas relações particulares, únicas de cada coisa, tem um sentido, são as funções óbvias de conhecer.

As formas de se conhecer exige um processo de pensamento a partir da abstração, da análise, e generalização. Na fase da abstração utilizamo-nos da capacidade de retirar uma propriedade do mesmo, a análise se refere a uma capacidade mental do pensamento onde arrumamos , organizamos, agrupamos por categorias e a função da generalização é quando relacionamos, operamos o conhecimento para um campo maior de capacidade. Ao elaborarmos uma pirâmide de processamento de informações (figura 1), obteremos como fase de “conhecer” a etapa de obtenção de dados e informações processados e exigidos de forma inteligível, um ponto de partida, um conhecimento prévio que englobam também suas experiências anteriores, formulam hipóteses.

“É no próprio ato de conhecer, intimamente, que surgem, por uma espécie de necessidade funcional, lentidões e distúrbios [...]. Na verdade, conhece-se sobre um conhecimento anterior, destruindo conhecimentos malfeitos, vencendo a aquilo que, no próprio espírito, constitui obstáculo à espiritualização”. (G. Bachelard).

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